Quando penso saber quem sou
Já não me reconheço mais
Absurdo é ser o de repente
Por traz de um sorriso da lua crescente
Eu vejo a alegria dessa gente que anda faceira, aos bandos pelos cantos
vejo a tristeza de quem fica de fora só a olhar e nada fazer
Sem poder ir, nem vir, nem ter, nem ser
Só querer
Eu vejo quem passa apressado pela contramão, sem freio , sem destino
Vejo a desordem das coisas que ficaram pelo avesso
sem nexo , sem preço
Que ficaram pela metade , ou que nunca tivessem sido
Eu vejo a angústia no coração de quem anda pelas ruas, procurando a direção
querendo se encontrar ou encontrar alguém
Eu vejo a barata sair do bueiro , vejo a fumaça subir sem cheiro, um buraco no céu ligeiro
vejo a mente desligar por inteiro, o relógio parar o ponteiro.
Vejo o tempo passar devagar
Assaltando os momentos, roubando sorrisos, plantando ilusões.
Vejo gente que passa com pressa, gente que não presta, gente que vai chegar, gente que não.
gente que vai embora, gente que não.
Tantas estrelas busquei entre a neblina esperando o tempo passar
Hoje procuro a verdade, tão clara quanto ao sol nessa manhã azul que arde
Não apenas o esboço
A verdade
palavra viva , rápida certeira de acordar a alma pródiga.
A riqueza da razão, não a máscara hipócrita
A natureza da beleza de amizade e gratidão
Não essa gente que se esconde atrás de um ego sem sossego e cinza.
Já que a vida
é um grande navio, a navegar por esse mar imenso que se destina a ancorar
Por essas águas , que limpam as mágoas e reflexos de luz para iluminar todo o horizonte à vista
Não cair na rede dos pescadores de sonhos
Nem dos bárbaros ladrões de esperança
Mas levar junto na partida Tudo o que realmente se precisa
Toda a experiência que importe na bagagem para seguir viagem...




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