SAUDADE...


Há horas como essas em que eu quis te desvendar
Horas vazias em que eu tive tempo suficiente para descobrir os teus mistérios
Viver os dias como se fossem os últimos
Tantas coisas para entender,que talvez eu não entenderia
Vontade de ir, sem nunca mais vir da clara malha fina de sua pele fria enrolada entre os lençóis.
Mas há dias em que o sol bate mais forte em outra janela
E eu apenas tenho a metade de um sorriso
E tão distante, perto só em pensamento
Um tempo errado que não sei...
Por um triz ...
Eu quis ...
Não sei, talvez...
E se eu fosse o mar ...
A linha mediana da tua cicatriz?
E se eu estivesse entre as Três Marias que repousam sobre teu ventre?
Entre as linhas ali escondida...
Em lugares impróprios...
Somente um olhar me sorrindo
Então segure minhas mãos enquanto eu fecho os olhos
e invado o  mundo, assim como a fome invade a tua geladeira
Nem as noites são iguais
Estão apenas de passagem
Como as estrelas
O que foi, o que há de ser
Ser alegria
Ser tristeza
Ser a música
Ser beijos e tolices na esquina
E como serão as manhãs?
Mal dormidas cobertas de cinza?
Ou aurora florida de rosas?
Serão como todas as manhãs
Primavera quase inverno
Outono quase verão
E algumas coisas para fazer.
Quando a tarde chega...
Um aperto
Uma saudade
Que o peito prende
Uma vertigem
Uma ânsia
Uma viagem delirante
De lembrar do teu semblante
Corpo e pensamento
Tarde longa...
Tudo vai mudando de paisagem
É a sombra ...
Sol que está só de passagem
Para lua cheia acordar
E a noite escura chegar
E as noites não são iguais.

(Cheilla Oliveira)

Comentários

Postagens mais visitadas